quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Percorri Moçambique de norte a sul condicionada à vida profissional do meu marido, médico, do então Quadro Comum do Ultramar. Com ele, percorri um mundo totalmente diferente, de espaços inóspitos mas estranhamente belos e que não cansavam o nosso olhar perscrutador. As picadas, eram as estradas nesse norte de Moçambique, onde pululava toda a fauna selvagem que nos saltava ao caminho e também as estranhas gentes, nomeadamente, os macondes, que se exibiam com tatuagens várias sobretudo no rosto, deixando ver também uns dentes serrados, e que nos olhavam com perplexidade, mas que uma saudação amigável da nossa parte, lhes dava confiança, correspondendo então, com acenos vários. Elas, apenas usavam a capulana à cintura, exibindo algumas, os peitos muito caídos que os filhos puxavam e chupavam até tarde. Eles, apenas colocavam uma tanga, qual folha de parreira, exibindo todo o corpo de pele áspera e com crateras visíveis pelo sol ardente de África. Um verdadeiro paraíso selvagem.Falo do distrito de Cabo Delgado, nas regiões de Mueda e de Palma que visitava todas as semanas, acompanhando meu marido nas suas visitas Sanitárias e às Maternidades.Distanciavam estas povoações, respectivamente, 80Km de Mocímboa da Praia, que foi a terra do nosso baptismo, em Moçambique. E começaram aí também as nossas estranhas aventuras das arábias...Tanto colorido tanto cheiro quanto mistério e beleza a fixar no olhar ávido de curiosidade, nessa distância que parecia não ter fim.

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