sábado, 26 de junho de 2010

TUDO SE PERDE AO LONGE ... JÁ NÃO HÁ MAIS NADA!



Tudo se perde ao longe

já não há mais nada.

Sentir é nada

se existir não pode

tanta rota ignorada

Tanto gesto inútil

nessa sombra do repouso vão

que por si se explica

ou talvez não

nada se explica

rigorosamente nada!

Voam as pombas

na imaginação

de um céu volátil

que se abate

quando a chuva cai

se tudo acaba tudo se vai

nada se detém

à sorte dura

Alcova térrea

onde tudo passa e esquece

da alma o refrigério...

ruas sem nome

dos números se é cativo

marmóreo branco

tecido numa só luz

ali mora a verdade na espera sempre em vão

Dormem ciprestes e roseirais sombrios

sussurra o vento, soltam-se os pardais

em lancinantes pios

serenata tardia melancólica e triste

estende-se a vida que o olhar consome

de nunca haver mais nada

prisioneira da inútil estaca

e de uma simples matemática:

nada a somar ou a subtrair

nada a multiplicar ou a dividir

Amálgama confusa do sentir...

quarta-feira, 2 de junho de 2010





És tu
meu amor
és tu
que vens lá?

Eu correndo
fugindo
qual gazela
em fuga
eu sei
que na curva
eu sei
que está lá
calado e sereno
olhar
facho e luz
de mãos estendidas

não demoro já
eu sei
meu amor
eu sei
que estás lá

vou já
já lá vou...